Esta prática relata uma iniciativa de Escolarização Aberta na área de Mecatrônica realizada através do Projeto ROBÓTICA EDUCACIONAL COM MATERIAIS REUTILIZÁVEIS: APRENDIZAGEM BASEADA EM PROJETOS que foi desenvolvido pelos estudantes da Escola CETEP-RM, orientado pela professora Elisabete Guedes Conceição, durante período de 01 /06/2021 para 01 /06/2022). As atividades incluíram um pesquisador da Universidade do Estado da Bahia (UNEB), professor Dr. Josemar Rodrigues de Souza, líder do Grupo de Pesquisa ACSO e profissional da área de Sistemas de Informações. A parceria com a UNEB se deu no âmbito do Projeto Connect, apoiada pela Comunidade Europeia.
Etapa “IMPORTAR-SE”: Nessa fase inicial foi debatida a importância da mecatrônica educacional baseando-se na utilização de materiais reutilizáveis no ambiente escolar. A mecatrônica educacional, configura-se como um método de ensino que incentiva o aluno a construir os próprios conhecimentos por meio da realização de projetos (Aprendizagem Baseada em Projeto (ABP). Para isso, são utilizados materiais não estruturados, como sucatas ou são usados kits de montagem que, por sua vez, possuem preços elevados e que fogem do orçamento estudantil. Foi a partir dessa realidade de escassez de materiais didáticos disponíveis no mercado para compra e de recursos para sua aquisição, que o projeto “Mecandroid” surgiu com o objetivo de tornar a robótica aliada à mecatrônica, acessível para os estudantes, afinal, sua prática está aliada ao desenvolvimento de habilidades muito associadas aos futuros profissionais. Os alunos (as) que participaram das atividades foram Bianca Santos Amambahy, Cauã Rocha Oliveira, Karoline Macedo de Jesus, Manuela Assum de Carvalho, Maria Clara Freitas Santos, do 3º ano do ensino médio técnico do curso de Mecatrônica.
Etapa “CONHECER”: Foram utilizados kits de montagem e materiais reutilizáveis, para que no fim houvesse a confirmação de que os estudantes iriam obter benefícios futuros com tal aplicação.
Seguem exemplos.
“Durante as aulas com os alunos do 7°, tivemos um momento de aprendizado inesperado. No ápice do momento, o que mais se comentava ao redor das aulas era sobre a série Round 6. Série de alto nível de tecnologia, sensores, programação de robôs e muita criação por parte dos criadores dos seus criadores. Com isso, reproduzimos uma das cenas da série, que foi o 1° jogo, Batatinha frita 123. Na série, os jogadores se reuniram em um espaço aberto e lá, obtinha uma uma boneca que contém um sensor ultrassônico (O sensor ultrassônico é um dispositivo muito utilizado na indústria para medição de distância e detecção de posição. Podem medir distâncias que variam de 20 mm a 20 metros com erro de medição de 1% do valor medido). À medida que esse sensor detectava a presença de movimento após o final da contagem, alguém era eliminado. Na parte prática com os alunos em sala, separamos uma pessoa pra ser a boneca que iria após a contagem fazer um giro de 360° para que pudesse ter visão de todos os participantes e caso alguém estivesse em movimento, seria o eliminado. Ao final da dinâmica, os alunos relataram sobre a experiência de ter aprendido sobre robótica na prática, de com uma simples brincadeira ter desenvolvido o conhecimento sobre um sensor e os seus benefícios”
“Em uma das aulas com a turma do 8° ano do colégio municipal Virginia Reis Tude pedimos que eles desenvolvessem algum objeto que fizesse parte do dia a dia deles e que utilizassem materiais reutilizáveis, como matéria prima principal foram utilizados palitos de picolé. Após isso, demos instruções de como poderia ser feito o manuseio dos materiais, percebemos no decorrer do desenvolvimento os alunos se desenvolveram criativamente, muitas vezes mudando suas idéias iniciais para projetos com proporções maiores. Chegamos a conclusão de que nosso objetivo foi realizado com sucesso, afinal, eles conseguiram enxergar a mecatrônica educacional em suas rotinas e conseguiram por suas idéias para fora e tornaram se protagonistas do seu próprio conhecimento.”
Etapa FAZER: Seguindo a metodologia adotada, fez se necessária a inserção prática do projeto na comunidade como solicita a etapa “to do”. Essa inserção foi realizada no colégio Virginia Reis Tude, localizado no município de Camaçari. Com isso, durante 2 meses foi passado para estudantes da instituição do 7° ao 9° ano, tendo como principal objetivo tornar prático todo o trabalho científico realizado. A partir das aulas ministradas para esses estudantes foi possível ter a confirmação prática de todas as hipóteses. Para isso, foram utilizados kits de montagem e materiais reutilizáveis, para que no fim houvesse a confirmação de que os estudantes iriam obter benefícios futuros com tal aplicação.
Achados relacionados à abordagem de Educação Aberta: Somos uma escola de ensino técnico público, a idealização de projetos já acontece nas disciplinas técnicas de forma curricular, então os alunos já são preparados desde o 1º ano para essa interação com a escolarização aberta. Porém com a metodologia Connect essa interação ficou estruturada em consonância com a comunidade, pois os problemas da comunidade que antes poderiam passar despercebidos com esta metodologia temos um olhar voltado para essas demandas reais.
Resultados dos alunos: O interesse dos alunos aumenta pois é uma forma deles entenderem a atitude de que “A ciência é para mim”, agora e no futuro. Uma ação científica é uma resposta de resolução de problemas feita por alunos que usam conhecimentos, habilidades e atitudes científicas para lidar com uma questão sociocientífica voltada para o futuro. Os alunos aprendem conhecimentos e habilidades e, em seguida, os aplicam realizando ações que beneficiam suas vidas, sua comunidade e a sociedade.